terça-feira, 22 de março de 2011

Escolhas

Todos nós passamos por momentos decisivos, momentos que parecem ser determinantes para o resto de nossas vidas, momentos em que precisamos escolher um caminho diferente a seguir...
Quantas vezes nos questionamos por anseios e desejos futuros, por questões imediatas ou trajetórias passadas?

Será que eu vou embora pra França e recomeço a vida lá? Ou entro pro Médicos Sem Fronteira, caio no mundo e vou fazer duas das coisas que amo, cuidar de gente que precisa + viajar? Será que eu invisto mais nessa relação? Será que vale a pena batalhar tanto, mesmo tendo tantos empecilhos? Se eu não tivesse boicotado aquela paixão, ela teria resistido? Será que o meu tempo de voltar a estudar e realizar o sonho de uma vida inteira, já passou? E se eu não tivesse dado a segunda chance? Fico com o X ou o Y? E se eu tivesse ficado com o Y? E se eu tivesse ouvido mais o meu pai e a minha mãe?

O cinema imortalizou no clássico "Casablanca", essa angústia da vida real...se na cena final, Ilsa não tivesse entrado no avião com Victor, será que ela e Rick teriam sido felizes? Será que "As Time Goes By" continuaria a ser a música sempre pedida a Sam, com o famoso: "toque outra vez", mesmo depois de Rick virar um mal-humorado ausente que dorme com a primeira refugiada que aparece no bar, e Ilsa, uma mulher triste e apagada que abdicou de todos os seus sonhos (inclusive o de ter entrado no avião com Victor) pra ficar ao lado de Rick e ajudá-lo no bar... enfim, será que se o final tivesse sido outro, eles não estariam querendo matar o Sam, se ele chegasse perto do piano? (Aqui, peço licença aos meus filhos cinéfilos - principalmente ao Kevin que vai querer me matar - e explico que não estou querendo desconstruir nenhuma fantasia e muito menos tenho a pretensão de julgar o conteúdo do filme, até porque também é um dos meus preferidos e é genial, exatamente pelo final que tem... Mas, que é pra se pensar, isso é!!! Sorry, guys...)   

Acredito que todos já tivemos momentos em que desejamos ter feito diferente e a consciência de que essas dúvidas, sobre decisões passadas ou mesmo futuras, irá nos  assombrar e provavelmente seguirá povoando nossos pensamentos, muitas vezes, nos causa uma angústia profunda. 
Claro que nessas situações sempre poderíamos ter seguido outro caminho e haveriam muitas outras possibilidades, porém, existe nisso tudo uma certeza, a de que somos um produto de nossas escolhas.  

A vida é feita de escolhas...algumas escolhas são fáceis e outras não, mas são as mais difíceis, as mais importantes porque elas nos definem como pessoas, como quem somos...são as que definem nosso caráter, do que somos feitos.
Essas escolhas são determinantes e nos determinam, porque sabemos que depois de termos escolhido, nunca mais seremos os mesmos.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Trocas

Pessoas são passíveis de erros, relações são propensas a turbulência. Quando dois indivíduos se relacionam, existem um milhão de variáveis que entram em jogo, e aqui eu cito algumas: o quanto estamos dispostos a realmente ver o outro e o aceitar, o quanto nos comprometemos com ele, o quanto abrimos nossa vida pra que esse outro possa entrar, o quanto estamos dispostos a negociar em benefício do relacionamento, enfim...é uma equação complexa e particular proposta e solucionada pelos interessados e que só chegará a um denominador comum, se existir respeito. Respeito pelas diferenças, as necessidades, as crenças, a individualidade, os limites e a liberdade do outro. E não estou falando apenas de relações amorosas não, estou me referindo a qualquer tipo de relação que envolva carinho e convivência. É triste, mas muita gente só consegue ser solidária, se comover  e sensibilizar, quando vivencia uma situação ou angústia semelhante a do vizinho, ou seja, quando sente na própria carne, o problema do outro.
Eu tenho o hábito de cultivar amigos e as pessoas na minha vida são como presentes. Sei que não sou fácil de conviver, já que sou intensa e não me contento com mais ou menos (aqui preciso ser honesta e confessar que já me contentei, mas tenho a meu favor e não como justificativa, o fato de ter sido extremamente ingênua e crédula naquela época!). Assim, admito que essa mistura de emoções + particularidades, já me levou a fazer muita besteira no decorrer da vida, besteiras essas que procurei sempre converter em aprendizado, porém, quem me conhece de verdade, nunca me acusará de ser sonsa, em cima do muro, desonesta, injusta ou falsa. Assim como tenho certeza que nunca serei apontada por não me empenhar, ou por não tentar dar o meu melhor. Eu tenho um profundo interesse pelas pessoas e apesar de passar grandes períodos sozinha, por opção e auto-conhecimento, nunca serei solitária.
Relacionamentos, seus determinantes e suas consequências, me apaixonam e  mesmo tendo sofrido com algumas decepções e enganos, e certamente também ter decepcionado, eu nunca deixarei de acreditar nas pessoas e em quanto elas podem ser especiais ou não nas vidas uma das outras.
Qualquer relacionamento, que tenha importância, é feito de trocas...e essas trocas nos marcam para o bem ou para o mal. Quando trocamos o nosso melhor, damos transparência, honestidade, carinho e cumplicidade, marcamos e somos marcados pelo outro de modo incondicional!! O mesmo ocorre quando as emoções deixadas são negativas. 
É uma coisa a se pensar, não? Que marcas queremos deixar nas pessoas que são ou foram importantes em nossa vida?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Reflexões

A todas as pessoas que estão em minha vida, a todos que fazem parte do meu dia a dia, a todos os que cruzaram o meu caminho, a todos os que estão distantes geograficamente, mas habitam o meu coração, a todos que eu amei e não permanecem em minha vida por não terem me enxergado e/ou por não terem gostado do que viram, a todas as minhas pessoas (elas sabem quem são) que choram comigo, me apoiam, riem das minhas loucuras, me amam exatamente como eu sou (o pacote completo, que eu sei, não é dos mais tranquilos, fáceis e simples), a todos os que eu amo, aos que já foram pro andar de cima ou não estão mais presentes, à minha família linda, aos meus filhos maravilhosos...isso é pra vocês:

Se nos fosse dada a capacidade de ver o futuro, talvez eu não tivesse feito as escolhas que fiz... se eu pudesse prever o futuro, eu não teria tomado tantos tombos da vida, não teria chorado tudo o que eu chorei, nem sofrido, nem me machucado tanto, ou acreditado no que e em quem não devia... mas também (e isso com certeza é o mais importante), eu não teria amado tanto, nem teria as experiências que ficaram tatuadas na minha pele, coração e alma, não teria aprendido com as pessoas, não teria me doado e construído o meu modo de sentir a vida, não teria levantado e seguido caminhando quando as porradas vieram fortes e me derrubaram por um tempo... se eu pudesse ver o futuro, talvez eu não tivesse me jogado na vida com a força que me joguei e mesmo tendo saltado algumas vezes, em direção a pedras, também voei tantas outras vezes pra abraços, colos e corações lindos... se eu pudesse prever o futuro, talvez não tivesse perdoado o tanto que perdoei, ou ajudado o tanto que ajudei... talvez não tivesse magoado pessoas que não mereciam e sofrido com o reconhecimento disso... talvez não tivesse tentado ser uma pessoa melhor a cada dia... talvez não tivesse buscado o meu eu e a minha identidade ofuscados por um tempo...talvez não tivesse batalhado tanto, e sim jogado a toalha e me perdido definitivamente de mim... talvez eu não tivesse cometido tantos erros, pra depois aprender com eles...talvez eu não tivesse precisado me desculpar tantas vezes... talvez eu não tivesse a dádiva de receber de algumas pessoas mais do que especiais, palavras, gestos, carinho, cuidado, apoio e ajuda essenciais...
Se a menina que eu fui, pudesse prever o futuro, provavelmente, eu não seria o que sou hoje e teria a fé que tenho em mim...

OBRIGADA A TODOS QUE AJUDARAM A ME CONSTRUIR ATÉ O MOMENTO!!!

domingo, 13 de março de 2011

Esclarecimento sobre a postagem: "Traição tem justificativa?"

Quando escrevi sobre o macho alfa, na postagem anterior, estava me referindo ao todo poderoso homem da casa. Àquele tipo que quer ser venerado por trabalhar e cumprir com suas obrigações, pois caso contrário, tem motivos pra trair, já que não é reconhecido, valorizado e reverenciado.
Acredito que numa relação amorosa, ambos os parceiros tem seus papéis e esses papéis não devem interferir na dinâmica do relacionamento. Assim, independente das responsabilidades de cada um, o amor, o respeito, a troca, a lealdade e a cumplicidade devem prevalecer. É o famoso: não faça ao outro o que não gostaria de receber! 
Tenho certeza que não é tão difícil, nem impossível e dá pra fazer. Afinal, ninguém é obrigado a ficar com ninguém e se escolhemos alguém para dividirmos a vida ou mesmo uma parte dela, que essa parte seja eterna enquanto dure e que seja verdadeira, já que se duas pessoas estão juntas, elas devem seguir assim por opção, nada justificando uma traição.
Por outro lado, estamos vivendo um tempo onde as pessoas procuram a felicidade, e isso não tem nada a ver com o gênero sexual...mulheres querem ser felizes e homens também querem.
A busca por essa felicidade, ou melhor por momentos de felicidade, já que ninguém é feliz o tempo inteiro, é uma busca árdua e muitas vezes enganosa. Paga-se o preço da ingenuidade, da crença demasiada, de procurar erros no que é correto e não enxergar o óbvio. Paga-se o preço de se viver com alguém que nunca existiu ou apenas existiu em nosso imaginário. Paga-se o preço de  um dia acordarmos e vermos um estranho no outro. Ou será que o tal estranho sempre esteve ali, exatamente daquele jeito, e nós é que teimamos em vê-lo como o idealizamos? Muitas vezes, constrói-se uma vida em cima de mentiras, e por mais triste que isso possa ser, a boa notícia é que nunca é tarde pra recomeçar!
De tudo fica uma certeza, traições são o maior lugar comum das histórias de amor, mas nem por isso são menos dolorosas.

sábado, 12 de março de 2011

Traição tem justificativa?

Recentemente, li em algum lugar que homens traem por não se sentirem valorizados e reconhecidos por suas mulheres, segundo esse artigo, eles precisam ser os machos alfa na relação.
Meu primeiro pensamento foi de espanto, eu me peguei completamente besta em ver que isso foi escrito outro dia... nesse século!!! Mas, independente do absurdo que possa parecer tal afirmação pra mim, refleti a respeito...
Meninas, me corrijam se eu estiver errada, mas todas nós sabemos o trabalho que dá manter uma relação, né não? 
Nós, via de regra (e não estou dizendo que não existam mulheres que traem "por não se sentirem valorizadas e reconhecidas"...) cuidamos deles, dos filhos, da casa, das contas, da organização de todas essas coisas juntas, de nossas profissões e projetos pessoais, de nossa evolução mental, nunca deixando de lado a vaidade, o controle do peso e os cuidados com o corpo, a pele, os cabelos, gerenciando a maquiagem, a depilação, a manicure e o podólogo, pra dizer o mínimo!!
Com toda essa jornada, nós permanecemos companheiras nas crises, cúmplices nas adversidades, amigas e amantes, e eles, que muitas vezes, estão ausentes cuidando de suas carreiras, ainda precisam se sentir os machos alfa? O que seria isso? Será que eles sentem necessidade de marcar o território, fazendo xixi a nossa volta e caso, haja impedimento, eles pulam a cerca?
Meninos, se vocês são homens inteligentes, companheiros, se cuidam e cuidam de suas mulheres, são cheirosos, honestos e bons amantes, e não estão se sentindo valorizados, PELAMORDEDEUS larguem essas chatas, antes de saírem por aí pulando muros!!! E mesmo que sua companheira não grite aos quatro ventos que você é o melhor homem do mundo, acredite, se ela é saudável mentalmente, ela sabe que tem um homem maravilhoso ao lado dela.
Pode ser que eu seja uma crédula incorrigível nos relacionamentos verdadeiros, mas quando duas pessoas escolhem estar juntas e querem permanecer assim, não há lugar pra machos alfa ou beta.