sábado, 4 de agosto de 2012

Magia

Depois de um tempão sem postar nada, respirei fundo e escrevi meu primeiro conto. Apresento aqui o começo da magia...



Ele ficou fora 15 dias e a vida pareceu em suspense durante esse tempo.
Eu vou buscá-lo no aeroporto e ele fica me olhando com ares de não tô acreditando.
Ele está cheio de malas, me ajuda a colocá-las no porta-malas do meu carro e pede pra eu dirigir.
No caminho eu sinto os olhos dele e percebo atrapalhada, que de repente não sei mais dirigir - O que eu tenho de fazer mesmo? Trocar a marcha?
A próxima parada é no meu lago mágico, onde eu apresento a ele todas as minhas loucuras.
Ele diz que o meu sorriso é sensacional, enquanto eu só consigo pensar que tudo nele é sensacional.
No ar existe aquele climinha gostoso de duas pessoas que bem poderiam ser.
O dia se aproxima do final e nós não temos pressa de ver a Lua que promete se mostrar maravilhosa como de costume.
A conversa flui tão a vontade como nós estamos um com o outro. Ele ri do meu jeito de falar as coisas e eu preciso que ele repita, que quando está comigo é como se fosse um viciado, dizendo brincando que sobe o morro pra alimentar o vício de mim.
Eu saio de mim e quando me olho de cima, vejo uma louca de pedra jurando por Deus que dessa vez precisa tomar cuidado, mas ao mesmo tempo se perguntando por que diabos o Universo mandou um cara desses, logo agora que o tal pacto em tomar cuidado foi feito.
Miles Davis toca em algum lugar e seu trompete parece fazer um solo só pra gente.
Ele roça o meu braço, sorri e eu tenho certeza que comecei a derreter.
A noite chega fria, ele tira o casaco de couro e coloca nos meus ombros, me abraçando. Olho em volta e vejo que ao lado dele, os meus 1,74 ficam minúsculos - chego a pensar se não estou derretendo mesmo.
Eu sei que o Universo inteiro nos colocou nesse lugar e quis os meus cabelos soltos, um estilo todo dele, o meu jeans desbotado, as pernas compridas dele (ou são as minhas?), as nossas tattoos, o meu batom vermelho e um jeito nele que vai do tímido ao safado em 1 segundo.
Quando ele me puxa pra junto dele e eu sinto a barba por fazer arranhando meu queixo, ainda tenho tempo de pensar em jogar o meu pacto no fundo do lago, rezando pra que dessa vez, ele cuide de mim e eu não precise me auto internar num sanatório imaginário pra curar toda a insanidade que com certeza me espera.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Coração Easy Rider

Faz tanto tempo que não publico nada aqui e estou tão em dívida com todos que fazem desse espaço, um cantinho tão bonito e especial, que já começo pedindo desculpas. 
Pessoas, sem querer me justificar e já fazendo isso, a vida tem me cobrado um ritmo acelerado demais e eu, ao invés de pedir pra diminuir, enfio mais ainda o pé. Coisa de louco? Pode ser, mas que é a minha cara, isso é. Não dá pra negar. 
Mas vamos à reflexão do momento.

Existem épocas da vida que é melhor nos retirar. Esse está sendo um tempo assim. E essa retirada não tem nada a ver com desistência e sim com estratégia. Eu percebi que me virar pra dentro, meditar e me fortalecer seria o melhor que eu teria a fazer. 
Ritmo acelerado X Meditação. Paradoxal? Pode parecer, mas pra mim faz todo sentido do mundo. 
Eu explico... sou muito intensa e por mais que eu medite, busque melhorar isso ou tente me conter, a coisa sempre escapa e eu termino me perguntando se é isso mesmo que eu preciso modificar. 
Minhas emoções funcionam à 250km/h e quando se trata de envolvimento afetivo, seja num relacionamento, seja num projeto, ou mesmo na tomada de uma decisão importante, os sentimentos e o jeito "Claudia de ser" passam na frente. Porém a maturidade, foi construindo em mim uma experiência e um feeling, que sinalizam quando a velocidade está assustadora demais, mas encontra um obstáculo e por isso precisa diminuir, desviar ou até parar pra não causar um acidente sem precedentes. E apesar de eu me perguntar se não seria mais fácil diminuir a velocidade de vez, nunca deixo de me admirar com a força desse feeling de freio. 
Gente... eu concordo que tenho o costume de voar baixo na vida (e às vezes, nem tão baixo assim), mas em compensação desenvolvi um sistema de ABS fantástico.
Antigamente, o coração corria solto e louco, passando por cima de todas as barreiras e impedimentos que pudessem aparecer e não tinha como detê-lo. Todos os acontecimentos eram justificáveis e se legitimavam em nome do amor e por ele. O que esse pobre sofreu, nem sei descrever. Minha mãe dizia: "Vc se entrega muito, minha filha, toma cuidado!"... e eu juro que queria escutá-la, mas o doido do coração tinha vida própria. Quando situações visivelmente tortas ocorriam, ele logo se adiantava em justificar de alguma maneira, que elas eram permitidas pelo amor. A diferença é que isso acontecia quando ambos, coração e a dona dele eram jovens e um pouco inconsequentes.
Atualmente, a maturidade dispara uma sirene mental que detecta problemas e aciona o ABS cada vez que o desenfreado do bichinho sai causando, e o que eu tenho notado, é que a cada experiência nova e aprendizado adquirido, o tempo pra tal sirene disparar a frenagem tem ficado mais curto. Assim, o coração easy rider até apronta, mas o alarme toca bem rapidinho.
E a cada história, eu juro que nunca mais vai acontecer, mas pro meu azar ou sorte (como o coração errante gosta de sentir), sempre se repete.
E aí, ele vai seguindo, numa trajetória de remendos e histórias, tendo sofrido algumas decepções.
É meus queridos... ser portadora de um coração assim, é passar a vida se descobrindo numa eterna aventura, é aprender a viver com um constante frio na barriga... enfim, é punk!!
Mas como dizem que quando a gente tem um sentido imperfeito, com o tempo outros se super desenvolvem como forma de compensação, o lado bom da coisa é que com um coração desses - que eu chamo de deficiente afetivo - a intuição, o poder de observação e a percepção foram ficando ninjas. Assim, quando o maluco resolve se atirar, os outros se reúnem em missão de resgate. E por mais que o coração tenha força pra ser insensato - e ele tem uma força assustadora - a equipe de S.O.S., com paciência e cuidado, o traz de volta à realidade, presta os primeiros socorros e o devolve à trajetória da vida. (Entenderam agora a necessidade da meditação? rs).
Confesso que ele me cansa, me estressa, e que de vez em quando, eu perco a paciência com ele, mas também reconheço que no fundo, ele é boa gente. Inconsequente muitas vezes, e até meio azarado, mas muito boa gente. E é por essa razão que mesmo depois de tantas ousadias juntos, nós sejamos tão parceiros, cúmplices e nos entendamos tão bem.
Eu posso estar mais desconfiada, a intuição (mesmo esperando pra ver até onde a gente vai chegar) pode gritar por atenção, cuidado e freio, mas ele nunca deixará de acreditar.

Independente de qualquer coisa, tenho que admitir que peço a Deus e ao Universo pra não ter transmitido essa herança aos meus filhos e que esse defeito morra comigo. Porque sofrer tudo de novo, com qualquer um deles, ou ensiná-los a ter a força que eu adquiri no decorrer do tempo e das experiências, será muito mais dolorido. 
Ter um coração boa gente, mas pirado, depois que a gente aprende a conviver com ele e até a admirá-lo, é tudo de bom pra mim... agora, pensar que meus filhos podem vir a passar pela metade das coisas que aconteceram comigo, me deixa apavorada.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tudo acontece por um motivo

Isso de procurar motivo nas coisas que acontecem é muito punk, né não? É claro que tudo acontece por uma razão... aliás se não tivesse uma razão pra acontecer, provavelmente, o que quer que seja, ficaria exatamente como estava.


Mas é assim mesmo. Precisamos achar explicações pra tudo. Talvez porque as explicações nos ajudem a digerir melhor os fatos que a vida nos apresenta. E eu como toda mortal (ou pra ser completamente justa, como toda mortal viciada em pensar e refletir sobre tudo), fico dando voltas e mais voltas tentando entender os porquês de determinados movimentos do Universo. 


Eu tenho algumas crenças e a partir delas, construo minhas possibilidades. 
Não acredito em acasos, acho que tudo e todas as coisas à minha volta são reflexos do que eu emano, ou seja, a energia que eu mando pro Universo, Ele recebe e me devolve em forma de acontecimentos, trabalho, pessoas, amizades, amores, relacionamentos, enfim... 
Assim, o que acontece em minha vida e foi de alguma maneira determinado por mim ou por alguma atitude minha, ou resultado das minhas vibrações, é muito fácil de ser absorvido. Em outras palavras, acredito por exemplo, que se eu me concentro e me volto pra minha carreira, ela se volta pra mim também, em forma de mais trabalho, e desse modo, em todas as áreas da minha vida. 
Agora, saber que estou na rede dos reflexos das pessoas que fazem parte do meu mundo, ou seja, que a vibração delas irá influenciar a minha vida diretamente, é bem complicado. Eu explico: existem inúmeras pessoas importantes pra mim, pessoas que eu chamo carinhosamente de minhas, laços que dificilmente serão desfeitos, pessoas da minha diretoria... bom, elas também mandam suas energias pro Universo e cada vez que isso acontece, nossas vibrações se misturam, se entrelaçam e nem sempre o resultado é o que considero ideal. E eu tenho consciência de que sou uma parte infinitamente pequena da grandeza que é o Universo, mas isso não ajuda a diminuir meus questionamentos. Exemplo: meu filho Bryan, uma das três pessoas mais importantes da minha vida, foi morar nos U.S.A. A vibração dele foi em busca do sonho de se realizar profissionalmente, como homem, indivíduo e como pessoa. Eu sei no meu íntimo, que ele está fazendo o melhor que pode indo atrás do que acredita e torço, rezo e vibro com cada conquista dele, mas num mundo ideal, ele estaria mais perto de mim, New York ou Los Angeles seriam ali na esquina e eu poderia vê-lo e abraçá-lo com muito mais frequência.


Por outro lado, e quando a nossa energia esbarra em outra energia, tudo parece conspirar a favor e de repente, tudo se dissipa da mesma maneira que chegou? Existem respostas? Algumas vezes sim, outras não. Porém o que realmente importa, no final das contas, é que o que tem de ficar, fica. Não importam as voltas da vida, o que é de verdade, permanece. Podem até haver afastamentos, mas o que é real, o que é nosso mesmo, sempre acaba encontrando um caminho de volta.


A vida é como é. Podemos até fazer o melhor, deixar a melhor marca, sermos o melhor que conseguimos ser, mas nem sempre é o suficiente. Outras vezes é mais do que suficiente... entrar em contato com isso, é bem maluco, mas o que temos a fazer é aceitar e seguir em frente.
     
Tem um texto da Martha Medeiros que diz:
"Pessoas entram na sua vida por uma "Razão", uma "Estação" ou uma "Vida Inteira". Quando você percebe qual delas é, você vai saber o que fazer por cada pessoa. 
Quando alguém está em sua vida por uma "Razão" é, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que elas estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Às vezes, essas pessoas morrem. Às vezes, elas simplesmente se vão. Às vezes, elas agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir. 
Quando pessoas entram em nossas vidas por uma "Estação", é porque chegou sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer... Acredite! É real! Mas somente por uma "Estação". 
Relacionamentos de uma "Vida Inteira" te ensinam lições para a vida inteira: coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa e colocar o que você aprendeu em uso em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida."

Talvez, essa seja a melhor maneira de entender essa dança maravilhosa e bizarra que são os relacionamentos humanos, mas pra mim, por todas as minhas vivências e experiências, ficam algumas certezas...
- Não importam quantas pessoas passem pela minha existência, todas tiveram ou tem uma enorme importância, afinal fizeram ou fazem parte de mim e da minha história.
- Eu sou muito intensa pra viver anestesiada... isso pode até ocorrer por um tempinho e funcionar como defesa, mas a minha essência sempre dá um jeito de "botar as manguinhas de fora" e isso nunca vai mudar GRAÇASADEUS!
- Eu sou o que sou... sei que tem gente que me ama por isso, como também tem um monte de gente que me detesta pelo mesmo motivo. Só que pra chegar até aqui, eu precisei me virar do avesso, dar de frente com meus demônios, e entender do que sou feita... e mesmo com todas as cicatrizes que a vida me deixou, eu me acho cada dia mais bonita (só pra constar... quem me conhece de verdade, sabe que o bonita no caso, não tem nada a ver com aparência!)
- E por último, estar feliz pra mim
 tem a ver com estar de bem e em paz comigo mesma, poder escolher as pessoas que eu quero testemunhando a minha caminhada, ter um coração batendo enlouquecidamente pela vida e lutar sempre pelo que acredito…o resto vem!!! Afinal, como diria Lya Luft (e eu tomei a liberdade de modificar um pouquinho pra "puxar a brasa pro meu churrasco" - desculpem ter modificado o ditado, mas é que eu detesto sardinha)... o que dá brilho ao olhar é a vida que a gente escolheu levar!!!


Vou finalizar reescrevendo aqui uma das minhas primeiras postagens aqui nesse  cantinho azul...


A todas as pessoas que estão em minha vida, a todos que fazem parte do meu dia a dia, a todos os que cruzaram o meu caminho, a todos os que estão distantes geograficamente, mas habitam o meu coração, a todos que eu amei e não permanecem em minha vida por não terem me enxergado e/ou por não terem gostado do que viram, a todas as minhas pessoas (elas sabem quem são) que choram comigo, me apoiam, riem das minhas loucuras, me amam exatamente como eu sou (o pacote completo, que eu sei, não é dos mais tranquilos, fáceis e simples), a todos os que eu amo, aos que já foram pro andar de cima ou não estão mais presentes, à minha família linda, aos meus filhos maravilhosos... isso é pra vocês:
Se nos fosse dada a capacidade de ver o futuro, talvez eu não tivesse feito as escolhas que fiz... se eu pudesse prever o futuro, eu não teria tomado tantos tombos da vida, não teria chorado tudo o que eu chorei, nem sofrido, nem me machucado tanto, ou acreditado no que e em quem não devia... mas também (e isso com certeza é o mais importante), eu não teria amado tanto, nem teria as experiências que ficaram tatuadas na minha pele, coração e alma, não teria aprendido com as pessoas, não teria me doado e construído o meu modo de sentir a vida, não teria levantado e seguido caminhando quando as porradas vieram fortes e me derrubaram por um tempo... se eu pudesse ver o futuro, talvez eu não tivesse me jogado na vida com a força que me joguei e mesmo tendo saltado algumas vezes, em direção a pedras, também voei tantas outras vezes pra abraços, colos e corações lindos... se eu pudesse prever o futuro, talvez não tivesse perdoado o tanto que perdoei, ou ajudado o tanto que ajudei... talvez não tivesse magoado pessoas que não mereciam e sofrido com o reconhecimento disso... talvez não tivesse tentado ser uma pessoa melhor a cada dia... talvez não tivesse buscado o meu eu e a minha identidade ofuscados por um tempo... talvez não tivesse batalhado tanto, e sim jogado a toalha e me perdido definitivamente de mim... talvez eu não tivesse cometido tantos erros, pra depois aprender com eles... talvez eu não tivesse precisado me desculpar tantas vezes... talvez eu não tivesse a dádiva de receber de algumas pessoas mais do que especiais, palavras, gestos, carinho, cuidado, apoio e ajuda essenciais...
Se a menina que eu fui, pudesse prever o futuro, provavelmente, eu não seria o que sou hoje e teria a fé que tenho em mim...
OBRIGADA A TODOS QUE AJUDARAM A ME CONSTRUIR ATÉ O MOMENTO!!!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ah se os meninos acreditassem...

Eu hoje tive uma experiência fantástica que preciso dividir com vocês.
Combinei com alguns amigos de almoçar perto do meu consultório em Alphaville e acabamos indo parar no Outback. Quem conhece sabe que as mesas são muito próximas, assim como os booths (pequenas cabines separadas por divisões de madeira) típicos desse tipo de restaurante. 
Nós estávamos em seis pessoas, pegamos uma mesa redonda e o nosso almoço não teria passado de um momento gostoso de descontração e confraternização entre amigos, se a nossa atenção não tivesse sido voltada à um grupo de rapazes barulhentos.
Preciso fazer uma pausa aqui e explicar que eu sou absolutamente apaixonada por observar seres humanos e suas reações. Sempre gostei disso, acredito que esse movimento acabou aprimorando o meu feeling pra pessoas e a minha profissão com certeza, deixou tudo mais à flor da pele ainda.
Voltando aos rapazes, eles tinham por volta de 25 anos, a maioria deles era o que se costuma chamar de "sarados" e como grande parte dessa geração, eram bem bonitos. Como se não bastasse o fato de rirem e falarem alto, fizeram uma bagunça considerável pra ocupar seus lugares e pareciam tão bem humorados que acabaram atraindo a atenção de quem estava por perto.
Eu confesso que prestaria atenção de qualquer maneira, graças ao meu "vício", mas o que se sucedeu foi quase mágico!
No meio dos meninos bonitões tinha um comunzinho, daqueles que nós mulheres, chamaríamos de feio arrumadinho, muito quieto, low profile, visivelmente tímido,  e os saradões resolveram pegá-lo pra Cristo...
Todos se juntaram pra debochar do garoto feinho e perguntavam em voz alta e rindo como ele havia "pegado" determinada "gata"..."fala aí, vai Denis... como uma mulher daquelas tá saindo contigo?" "ela sabe que você mora em Osasco, nos cafundós dos judas?" "caraca, a mina deve ser míope" "conta pra gente... ela tem que ter chulé e mal hálito, vai?" "você não dá conta daquilo não"... e por aí seguiu o bullying em cima do menino, acompanhado de muitas gargalhadas.
Nessa altura do campeonato, o restaurante inteiro olhava pros rapazes e eu confesso que comecei a ficar irritada com a vulgaridade e a covardia dos moleques e a minha cara deve ter deixado transparecer isso, porque escutei risadas vindas das pessoas na minha mesa com os cometários: "segura a Clau" "calma nem vale a pena se estressar... tá na cara que são uns playboyzinhos sem nada na cabeça" "gente, olha a cara da Claudia"...
Bom, é claro que eu fiquei quieta, mas juro que dentro da minha cabeça eu falei um monte pra aquele bando de fanfarrões.
Aí aconteceu a mágica...
O menino feinho rindo e meio sem graça, começou a pedir pra eles falarem baixo, pra pararem com aquilo... ele até se deu ao luxo de dizer pro bando de bobões que gostava da menina, que a garota e ele estavam se dando super bem... "ela é minha namorada e sabe da minha vida" "e depois, vocês ficam me tirando, mas é comigo que ela tá, né?" "eu não tô pegando ninguém, eu gosto dela!"
Do lado da mesa do garoto tímido estavam umas meninas bem bonitas e a postura dele começou a atrair olhares... eu delirei, vendo aquilo!!! O menino tímido era na verdade um avião de inteligente, sensível e o que é melhor... verdadeiro. Estava explícito o rosto vermelho, o olhar baixo, a vontade de não aparecer de maneira nenhuma, e isso chamou atenção da mulherada que nem olhava pros bonitões.
Os caras também perceberam e começaram a ficar incomodados, o que causou mais constrangimento ainda porque devido a isso, aumentaram o grau de exibicionismo. A partir daí, todo mundo estava encantado pelo tímido e eu estava prestes a aplaudi-lo de pé.
Ele em nenhum momento se aproveitou da comoção e nem se mostrou curioso com a situação.

Me peguei pensando muito sobre esse episódio.
Agora, me digam... ou o menino estava fazendo estágio pra virar o próximo Tom Hanks, ou tudo o que ele emanava era tão legítimo que atraiu a atenção de todos ali. E eu sei que essa coisa de se exibir às custas de gente sensível é um comportamento tipicamente masculino, ou melhor, machista. E como bem sabemos, o nosso país é rico dessa espécie. Mas meninos PELAMORDEDEUS usem a inteligência e sejam verdadeiros... é claro que se você tiver a sensibilidade de um rinoceronte, nem adianta tentar passar uma imagem diferente, mas entenda que o importante é o que é real e não o que precisa ser fabricado ou porque a sociedade e o grupo exige, ou por falta de coragem de mostrar seu verdadeiro eu.
Eu tenho um filho low profile, que fica envergonhado quando reparam muito nele e por mais bonito que ele seja, o charme todo reside no fato dele não perceber o poder que tem.


Esclareço que não existe aqui nenhum tipo de generalização. O texto também serve pra muitas mulheres que se mascaram passando uma imagem que não é real e não pretendi dizer que todos os homens do planeta se comportam assim, mas como o acontecimento foi com o tímido, escrevi uma espécie de alerta aos meninos espertos.

Gente inteligente, homem ou mulher e que ainda consegue ser avião na vida por postura, são os grandes conquistadores da atualidade. Pensem nisso.
E meninos, sabem aquela coisa de descobrir do que as mulheres gostam? Então...
Ah... e outra coisa... os conquistadores baratos são a pior raça que existe, tá? Por favor...



Quero deixar aqui a minha total admiração ao Denis de Osasco, que estava hoje por volta das 14hs no Outback de Alphaville...menino, você é o máximo, a sua namorada é uma garota de sorte e se eu pudesse te dar um conselho, seria nunca mude por ninguém ou nenhuma situação. Gente de verdade e que não tem vergonha do que sente é sexy as hell!

domingo, 26 de junho de 2011

À Flor da Pele

Já estava me sentindo culpada... faz mais de um mês desde a minha última postagem, mas sem querer me justificar e já fazendo isso, a vida tem andado num ritmo punk e eu me descobri voltada às sensações, às emoções, ao sentir... e gente, fazia tanto tempo que isso não acontecia que eu estou me permitindo de modo quase indecente.

Acontece que meu aniversário está chegando e eu me peguei pensando em idade, em número de anos e em como eu me sinto uma menina, mesmo tendo completa consciência que já sou uma senhora (viu Dan? Pensa que eu não vi esse sinal de não estou acreditando que você fez com a cabeça?... rs). E vou falar uma coisa, até escrever a palavra "senhora" aqui é estranho (Ah Dan... para de me censurar vai? É estranho mesmo!! rs) 
Mas é verdade, estou me aproximando dos famosos 50 e essa é uma idade que está associada a mulheres sérias, contidas, circunspectas, mulheres que já estão se preparando para a velhice, ou como é mais moderno e politicamente correto dizer, a 3ª idade. 
Geeeente, o que eu faço se eu não me sinto assim? O que eu faço se a vida tem me proporcionado tanto movimento, em todos os sentidos, que as vezes eu preciso me segurar pra não ficar tonta? O que eu faço se o meu espírito adora vento no rosto, se emociona com dias de céu azul e sol e enlouquece com noites estreladas e de lua? O que eu faço se quando eu ouço uma determinada música, eu aumento o som e saio dançando? O que eu faço se eu não consigo conter gargalhadas e nem lágrimas? O que eu faço com esse coração e essa alma adolescentes? 
Não dizem que a vida começa aos quarenta? Então...eu não só acredito, como sei isso!! Assim, não é válido eu me sentir jovem ainda? (Dan... você fica quieta aí... rs) E depois, não combinaria com uma senhora viver as coisas como eu vivo, na intensidade e com a profundeza que elas acontecem, ou será que combinaria?

Sou à flor da pele, se estou feliz, isso fica estampado em todo o meu ser... eu sorrio com os olhos, com o corpo todo, me sinto brilhando, tudo em mim é festa. E o inverso é completamente proporcional em intensidade, quando estou triste, eu apago, perco o brilho, internamente tudo em mim silencia. 
E sabem o que eu descobri recentemente? A minha vida tem roteiro hollywoodiano. É verdade. 
Passo por fases difíceis, daquelas dignas de vídeo game, em que várias portas vão fechando e eu preciso correr em direção à próxima abertura (por menor que ela seja) e tentar de qualquer maneira me jogar pro outro lado, acompanhada de uma trilha sonora de filme do Indiana Jones. Nessas fases, as coisas são tão complicadas, que eu me sinto matando um leão por dia e o roteiro é de aventura. Em outros momentos, as coisas são tão fantásticas e inacreditáveis que eu poderia estar coadjuvando o meu próprio "Nine and a Half Weeks", com direito à trilha do Bryan Ferry e do Joe Cocker. Existem momentos ainda, que os roteiros se misturam e aí as coisas ficam bizarras, e possivelmente pra quem está de fora e pra mim mesma depois que passam, bastante tragicômicas... porém como tudo que faz parte de mim, profundamente intensas.
Aliás, intensidade é quase um outro nome meu: Sou a Claudia Intensidade Vasconcellos, muito prazer. 
Sei que criaturas como eu podem causar estragos, mas a verdade é que eu gosto de ser assim e acreditem, pago um preço alto por isso, mas as minhas pessoas me conhecem e me amam assim mesmo...
Bom, minha mãe apesar de me amar incondicionalmente, também se preocupa muito comigo, ela embora me conheça tão bem quanto eu própria acredito que me conheça, não se conforma de eu me jogar na vida como faço, ela não quer mais me ver toda machucada, como aconteceu tantas vezes, né Mã? Prometo que estou tomando mais cuidado, mas não consigo agir diferente, porque se eu fizer de outro jeito, não serei eu Mã... desculpe. 
E como essa questão da intensidade funciona em todos os sentidos, eu tenho pensado que se quando as coisas estão ruins, eu tenho que abraça-las e me virar pra resolver os problemas, quando as coisas estão boas, eu vou mais é aproveitar tudo o que eu puder, até porque ninguém tem garantia de nada e nunca saberemos o que acontecerá amanhã, né não?

De tudo fica uma certeza, minha pulsão de vida é ligada no 220V e mesmo que as coisas estejam bem complicadas, elas nunca estiveram tão divertidas. 
E desse modo, eu me encaminho pra mais um aniversário, muito mais empenhada em celebrar a vida, do que com o número de anos que ele simbolize e independente do que apareça no meu RG, eu sei que meu coração terá vinte anos pra sempre. Parabéns pra mim!!
(* Senti necessidade de colocar um esclarecimento aqui: esse ano ainda estou fazendo SÓ 49 aninhos - porque menos idade tudo bem, agora mais ninguém merece, né? E Dan... nem vem... rs) 


Vou transcrever aqui uma frase da Clarice que traduz a minha essência:
‎"Não me prendo a nada que me defina! Sou companhia mas posso ser solidão... tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio! Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer. Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... ou toca, ou não toca!" - Clarice Lispector



Deixo aqui também,  todo meu amor e minha gratidão à minha mãe, minha mami, minha mã... meu modelo de mulher... guerreira, forte, coração maior do que ela, doação ilimitada a todos que a rodeiam... 
Mã, você é a coluna que sustenta essa família.
Obrigada... obrigada por me amar como me ama e aos que vieram de mim, por tudo o que me ensinou, por formar muito do que sou hoje, por estar sempre presente pra mim, por se preocupar até hoje comigo e acima de todas as coisas, por ter me dado a benção da vida. 
Te amo te amo te amo te amo te amo...


E só pra ela não querer me matar, a Dan é minha irmã mais nova que me ama absurdamente, porém eu sei que ela gostaria que eu agisse mais de acordo com a minha idade e parasse de molecagens. Os meus recadinhos aqui foram só mais uma molecagem minha com ela.








sábado, 14 de maio de 2011

Montanha Russa

Tem um provérbio conhecido que diz: "Tome cuidado com o que deseja. Você pode acabar conseguindo". 
Nos últimos dias, essas duas frases têm martelado na minha cabeça e esse tom de sentença que elas trazem, vem me fazendo pensar que por um lado é muito bom ousar nas escolhas que fazemos, mas por outro é preciso ter o tal cuidado que se instala, mesmo à nossa revelia, nos lembrando uma trajetória de experiências que a vida nos deu e que sempre volta pra cobrar... e como cobra!
Acontece que a vida andava tranquila, problemas até existiam e obstáculos necessitavam ser superados nos setores do trabalho e da vida prática, material e financeira, mas pra quem como eu, se habituou a correr uma maratona por dia nessas questões, a vida andava tranquila. 
E andava tranquila porque eu não estava procurando nada que não fosse cuidar de todas as coisas que precisavam ser cuidadas e resolver o que necessitava ser resolvido.
Só que dentro de mim existe uma alma intensa. Marasmo não é comigo e mais ou menos não me serve. Eu quero tudo ou nada, quente ou frio. O que é morno me repele e mesmo pagando um preço alto por ser assim, não sei ser de outro jeito.
E acontece também, que o Cara Lá de Cima me conhece muito bem, tem visto o meu caminho, meus tombos e lutas, meus sucessos e fracassos, e pelo jeito, de tanto eu mandar pro Universo a minha intensidade, os meus anseios, meus sonhos, o Universo me ouviu, me entendeu e mandou de volta, em forma de montanha russa, o momento que estou vivendo.
E esse "momento montanha russa" tem o meu nome gravado porque na vida, tudo o que eu planejei acabou sendo diferente. 
Assim, com o tempo, viver sem saber pra onde vai virar o carrinho, se tornou parte de mim, do que me pertence, do que eu construí, da minha estrada. Viver o dia e só me permitir planejar à curto prazo são uma marca minha. E eu sei que não é cuidadoso, nem sensato, nem previsível, nem seguro viver assim, mas uma união do meu espírito livre e adolescente com as circunstâncias da vida, me colocaram nesse lugar e mesmo correndo riscos e perigos, é tudo o que eu posso fazer. 
E por favor não me critiquem, pois quando a vida me deu um limão, eu posso algumas vezes ter feito um suco amargo, mas também já fiz muitas caipirinhas, mousses e tortas fantásticas.
Estou vivenciando a possibilidade de uma viagem linda, de múltiplos conhecimentos. Se essa viagem é da alma ou do corpo, se sacra ou profana, se é apenas dos sentidos ou também do coração, se é o começo de algo até a eternidade de sua duração ou se já inicia com um prazo de validade, eu só saberei vivendo. E francamente, viver mesmo... de verdade, é se permitir, ousar outras experiências, dar asas à imaginação e ir em busca do que acreditamos nos pertencer. 
E porque ninguém tem obrigação de ficar me decifrando, ou tentando me entender, vou reproduzir aqui o resultado de um teste de personalidade que fiz. Esse teste procurou descobrir como eu encaro novas experiências e informações, eu acredito que ele afirma e dá um aval que me justifica (seja isso necessário ou não).
Segundo o tal resultado, eu penso como um artista ou melhor, vejo como um artista. Enquanto a maioria das pessoas olha as linhas retas da vida, sua altura, largura e profundidade, eu curvo as linhas com a minha imaginação e transformo o preto e branco em tons de azul e amarelo, sempre querendo perguntar: "Você vê o que eu vejo?".
Eu posso, se precisar, pensar de formas convencionais. Mas, se depender só de mim, geralmente vou optar pelo excêntrico e o avançado. Na verdade, eu normalmente fico entediada com o que faz a maioria das pessoas se sentir bem. Eu aprendo lendo, conversando, observando as pessoas, a fauna e a flora, ou apenas sentada em uma poltrona na minha mente, imaginando como as pessoas aprenderiam a contar se só pudessem usar números ímpares. Eu desafio as idéias convencionais, definindo de forma corajosa e original, o falso e o verdadeiro, o certo e o errado, o bom e o mau, o bonito e o feio.
Eu ultrapasso o limite de velocidade ao dirigir pela vida e, quando passo por redutores de velocidade, atropelo muitos deles com a mente distraída das linhas retas à frente, minhas rodas saem do chão. 
Para as pessoas que gostam de levar a vida em uma velocidade mais segura, eu ando depressa demais e deixo a terra firme com frequência demais.
Por isso, e apesar de tudo isso, eu decidi que o que quer que esteja me esperando no final dessa viagem, eu quero descobrir.




"É impossível." disse o Orgulho.
"É arriscado." disse a Experiência.
"É inútil." disse a Razão.
"Faça uma tentativa." sussurrou o Coração!
 

E as vezes, por mais que a Experiência e a Razão gritem juntas (já que pra mim o Orgulho é surdo mudo), o Coração mesmo sussurrando, fala mais alto...

terça-feira, 3 de maio de 2011

2012 pode vir a ser = Amor

Todos nós estamos presenciando um movimento no planeta e não existe maneira de ignorá-lo. Se tem a ver com a aproximação da data que a profecia maia determinou como o fim do mundo, ou não, só o tempo irá dizer, mas que tem algo no ar, isso é indubitável. E não, eu não acredito num final hollywoodiano de meteoros explodindo cidades ao redor da Terra e sim em mudanças e transformações, que a meu ver já estão ocorrendo.
Não vou aqui falar de crenças religiosas, até porque aprendi que religião, política e futebol não se discute, cada um tem sua preferência e essas predileções devem ser respeitadas e aceitas, assim prefiro o caminho da sensibilidade e da reflexão.
No primeiro ano desse século, o mundo presenciou atônito, o ataque terrorista às Twin Towers em New York. Acho que assim como a morte de Kennedy pra geração do meu pai - que sempre dizia que se lembrava onde estava quando ouviu a notícia do assassinato do presidente, a minha geração também se lembra exatamente o que estava fazendo quando soube da investida às torres. Eu estava me preparando pra sair e me lembro que depois do susto absurdo e de tentar comunicação com pessoas queridas que estavam fora do Brasil, eu me sentei na frente da televisão (ainda sem saber e ter idéia dos conchavos políticos que se escondiam por trás daquela tragédia) e fiquei pensando que alguma coisa no mundo tinha mudado.
Paralelo a todos esses acontecimentos mundiais, e como acredito ser uma pessoa bastante sensível, percebi na pele esse movimento energético e vi minha vida passar por mudanças concretas e radicais.
Acontece que tem um lago perto da minha casa, que é o meu lugar de meditação. Pra mim, lá é a casa de Deus e quando eu preciso de respostas, colo e acolhimento, ou quero agradecer por estar viva, faço uma visita. Esse lugar foi testemunha de alguns momentos memoráveis meus, momentos de alegria, momentos de dúvida, momentos de desespero. Lá eu pedi por esclarecimentos e as respostas vieram... confesso que nem sempre entendi essas respostas, mas com o tempo e a minha busca incansável por entendimento, elas se mostraram claras, assim como me apontaram o melhor caminho a seguir.
Porém, em consequência de alguns acontecimentos pesados que se sucederam em minha vida, quebrei o pau com o Cara Lá de Cima, e me afastei do lago onde Ele mora. 
Esse movimento foi de sobrevivência. 
Precisei questionar minha fé e crenças, me questionar, questionar o mundo, o que estava à minha volta, minhas posturas, princípios e ações... enfim, precisei me reconstruir. 
Nesse processo de reconstrução, atenta às mudanças que se faziam em mim e ao meu redor, eu entendi que tudo o que acontece no Universo gera uma energia que influencia a vida de todos os seres que habitam o nosso espaço. E aqui estou falando da destruição e os descuidos com o planeta e suas consequências, do desinteresse das pessoas por seus semelhantes, das atrocidades cometidas com gente em nome de divergências políticas, religiosas, sexuais, raciais e sociais, da crueldade com animais... estou falando do adoecimento da sociedade, estou falando do homem que está perdendo a alma. 
E é claro que há exceções e que existem pessoas que valem muito a pena e que deixam o mundo mais bonito, mas reparem, essas pessoas são o diferencial e não a regra. Não deveríamos nos tratar com humanidade? Não é essa a condição de ser humano? Não deveria ser intrínseco olhar o outro como eu quero que ele me veja e só fazer ao outro o que eu gostaria de receber? E esse outro não deveria ser tanto o meu irmão, quanto o mendigo que mora debaixo do viaduto, ou o cachorro vira-latas que passa ao meu lado na rua?
Eu cresci escutando meu pai dizer (quando ele via uma criança de rua) que em cima daquele pescoço poderia estar a carinha de um dos filhos dele... meu pai era um homem sábio e de uma sensibilidade ímpar, que eu tive o privilégio de ter como mestre, mas sempre que penso sobre isso, eu me pergunto: não deveria ser natural nas pessoas se preocuparem umas com as outras? E é lógico que não vou levantar a bandeira de que todas as pessoas devem salvar o mundo, isso acaba ficando pra gente de projeção que tem acesso a todas as populações, mas acredito nas correntes do bem, em ter ações significativas e que se façam necessárias na vida do próximo, em fazer o bem não importando quem irá receber, em passar coisas boas a diante. Não me considero exemplo nenhum e não quero fazer pregações, até porque tenho muito que aprender em questões de humanidade, mas resgatei minha alma, reconstruí minha vida e com isso me comprometi em melhorar e em tentar buscar o caminho de evoluir sempre. Tenho consciência de erros cometidos, assim como entendo alguns acertos, porém sigo esperando e pedindo muito a Deus por sucesso.             
Olhando em volta e percebendo o mundo, entendo de um modo muito particular a profecia de 2012, ou o homem sai numa cruzada em busca da alma perdida, permitindo que o amor tome conta e preencha todos os espaços vazios que estão aí, ou realmente será o fim dos tempos.


Escrevi esse texto porque nessa semana que passou, uma pessoa que quase não me conhecia, apareceu sob a forma de um anjo e num gesto de amor, sensibilidade e bondade me deu um presente fantástico. Não preciso dizer o nome dela, nem o que ela fez, essa pessoa sabe que isso é pra ela. Só sinto necessidade de dizer que anjos assim existem, pessoasexceções são um bálsamo pra alma, estão entre nós e eu vivi essa experiência maravilhosa. Muito obrigada de novo e de novo!!